Comentários considerados racistas e homofóbicos e até troca de socos durante prova da F1 marcam polêmicas do ex-piloto O tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, se envolveu em uma nova polêmica nesta semana. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ex-piloto, que participava das manifestações antidemocráticas contra o resultado eleitoral, cita “Lula lá no cemitério”. A fala será investigada pelo Ministério Público, que abriu um inquérito do caso.
No entanto, esse comentário está longe de ser o primeiro caso polêmico do piloto brasileiro. A seguir, nós relembramos de outras 5 situações para lá de controversas de Piquet durante sua carreira.
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Desentendimento com Senna
Nelson Piquet e Ayrton Senna não escondiam suas desavenças
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Os dois maiores campeões brasileiros de Fórmula 1 tinham desavenças entre si, isso era claro. Piquet, por diversas vezes, insinuou que o compatriota era homossexual. Um desses momentos ocorreu em 1987, logo após Nelson faturar o campeonato mundial. Ao questionado sobre a diferença da cobertura midiática entre os dois, o piloto respondeu “Ah, vai perguntar pra ele (Senna) porque ele não gosta de mulher!”.
Quase 33 depois da polêmica, Nelson relembrou o assunto em entrevista ao youtuber Junior Coimbra e voltou a fazer insinuações pejorativas de que seu ex-rival era gay e que seu casamento foi de fachada. As falas foram rebatidas pela ex-esposa de Senna, Lilian Vasconcelos.
Briga com Salazar em Hockenheim
Piquet briga com Salazar no GP da Alemanha em 1982
Reprodução/Youtube
Anos antes dos desentendimentos com Senna, Piquet havia se envolvido em uma briga física durante uma prova. O ano era 1982 e o piloto liderava o GP da Alemanha, em Hockenheim, com muita folga….até que o retardatário piloto chileno colidiu com o brasileiro. Irritado com a batida, Piquet avançou para cima de Salazar com socos e chutes.
Cerca de 19 anos depois, Piquet revelou que aquela colisão foi a melhor coisa que poderia ter acontecido à BMW – na época, fornecedora de motores à Brabham, equipe de Nelson. Segundo o piloto, foi constatado que o motor estava prestes a quebrar. Assim, de acordo com o brasileiro, o acidente poupou a BMW de passar um vexame em seu país natal.
Treta com Mansell – e o comentário machista sobre a sua esposa
Piquet e Mansell em 1987, quando ambos corriam pela Williams
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O companheiro de Piquet pela Williams foi outro alvo de comentários infelizes. O brasileiro acusava sua equipe de favorecer o Nigel Mansell e já até chegou a admitir publicamente que provocava britânico. “Fiz de tudo para ele bater em mim, falei cada barbaridade”, revelou em entrevista à jornalista Mariana Becker, em 2020.
O grande problema é que essas falas chegaram a quem não tinha absolutamente nada a ver com a rixa entre os dois – a esposa de Mansell. Logo após Nigel colocar em sua casa uma estátua de sua esposa, Piquet afirmou: “Mansell tem as 2 mulheres mais feias da Fórmula 1”.
Comentário racista sobre Hamilton
Lewis Hamilton se manisfestou contra a fala de Piquet:
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No final de 2021, durante uma entrevista ao jornalista Ricardo Oliveira, Piquet usou termos racistas para se referir ao piloto Lewis Hamilton enquanto comentava sobre a batida entre Hamilton e Verstappen no GP de Silverstone do mesmo ano.
De quebra, alguns dias após a repercussão da entrevista, os jornalistas do site Grande Prêmio encontrou um outro trecho da entrevista, já tirada do ar, em que Piquet chama Lewis de “neguinho”, profere ofensas de cunho homofóbico contra o heptacampeão e xinga Nico e Keke Rosberg.
Segundo a imprensa britânica, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) baniu o ex-piloto (sogro do atual campeão Max Verstappen) de frequentar o paddock durante as provas. A fala foi alvo de repúdio dos pilotos de Fórmula 1, de Hamilton e da sua equipe, a Mercedes. Por fim, Piquet foi denunciado ao Ministério Público por danos morais.
Pix de R$ 501 mil para a campanha de Bolsonaro
Piquet leva Bolsonaro no desfile de 7 de setembro em 2021
Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil
No final de agosto, o ex-piloto fez uma doação no valor de R$ 501 mil para a campanha eleitoral do então candidato a presidência Jair Bolsonaro (PL). Com isso, essa doação foi uma das maiores enviadas à campanha por “pessoas físicas”. A doação em si não é um controversa, já que empresas e pessoas físicas fazem contribuições financeiras às campanhas de políticos de forma legítima. Porém, há outro episódio financeiro que conecta a empresa de Piquet ao presidente.
Em 2019, a empresa Autotrac, assinou um contrato sem licitação com Instituto Nacional de Meteorologia, órgão ligado ao Ministério da Agricultura no valor de R$ 3,5 milhões, segundo apuração do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles. Esse valor, no entanto, ganhou um aditivo em 2020 e hoje o contrato já vale mais de R$ 6 milhões. O negócio foi firmado para fornecer equipamentos necessários à manutenção do sistema de comunicação de dados e controle das estações meteorológicas.
Cabe enfatizar que não há comprovações de ligação entre as duas transações, tampouco houve investigações dos pagamentos de ambas as partes. Seria irresponsável atribuir aos casos, sem provas, alguma irregularidade. Porém, houve um fluxo de mão dupla entre os negócios do ex-piloto e a política do atual presidente.
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