Primeira etapa vai analisar os impactos técnicos em veículos de diferentes anos e tecnologias O aumento da quantidade de etanol na gasolina brasileira já está em testes. O Ministério de Minas e Energia (MME) escolheu o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) para realizar os experimentos que vão atestar a viabilidade técnica sobre a possibilidade de aumentar a proporção para 30% ainda este ano. A iniciativa integra o programa Combustível do Futuro.
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Segundo o instituto, os testes que acontecem agora em janeiro e em fevereiro consideram aspectos como emissões de gases poluentes e impactos técnicos em veículos de diferentes anos e tecnologias. “O objetivo é garantir que a mudança na composição da gasolina não afete a funcionalidade e a dirigibilidade dos automóveis”, disse o IMT em nota.
“Estamos empenhados em assegurar que a transição para uma gasolina com maior teor de etanol seja viável e sustentável, atendendo aos rigorosos padrões técnicos e de desempenho exigidos pelo setor automotivo,” disse Luana Cristina Xavier Camargos, coordenadora do Núcleo de Certificação e Homologação do IMT.
Mais etanol na gasolina: o que vem depois
Os resultados preliminares obtidos pelo IMT serão entregues ao MME ainda no primeiro trimestre para subsidiar a próxima etapa: o estudo de impacto regulatório.
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O aumento da quantidade de etanol na gasolina faz parte do programa “combustíveis do futuro”, criado em lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em outubro do ano passado.
Atualmente, a gasolina vendida no Brasil pode ter entre 18% e 27,5% de etanol em sua composição total. Após a aprovação do presidente, este percentual passa a ser de 22% a 27%, podendo chegar a 30% ainda este ano e 35% nos próximos anos.
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Elevar o percentual do derivado de cana-de-açúcar no combustível faz parte da iniciativa que visa evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037. O governo também prevê atualizações nas fórmulas do biodiesel, gás natural e até do combustível de aviação.
Em outubro do ano passado a Autoesporte ouviu Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA). Segundo ele, uma nova mistura de etanol na gasolina vai acarretar em mudanças tanto para donos de carros flex quanto para proprietários de modelos movidos apenas pelo combustível fóssil.
“Para o motor flex, o consumo de combustível vai aumentar, considerando que o poder calorífico do etanol é menor”, afirmou Gonçalves. O poder calorífico é a quantidade de energia que um combustível fornece quando queimado completamente.
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Murilo Góes/Autoesporte
Quanto aos carros movidos somente a gasolina, o especialista disse que veículos mais modernos já toleram quantidades maiores de etanol, mas carros antigos exigem cautela.
“Alguns carros antigos não estão preparados para um teor elevado de etanol. Podem acontecer ataques a materiais e corrosões de borrachas e elastômeros”, apontou o especialista. “Além disso, há suspeitas de que certos carros podem falhar por intervenção dos próprios sensores, que não reconhecem o combustível”, completou.
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