Versão esportiva do hatch é equipada com motor 1.0 turbo de 130 cv e traz pitadas a mais no design Em todo lançamento de versão esportiva acontece a mesma coisa: se não tiver um motor diferente do restante da linha, a turma vai torcer o nariz. “Não vou pagar mais caro por adesivos e aerofólios”, poderá dizer alguém. Mas vou defender aqui o novo Peugeot 208 GT.
Neste caso aconteceu o contrário. Não é apenas uma versão “esportivada” se aproveitando do mesmo motor 1.0 turbo de outra versão, mas foi essa configuração que já merecia ser chamada de GT desde antes da reestilização do hatch.
Vale lembra que para a linha 2025, saiu a luxuosa Griffe para a chegada da GT, que compartilha o conjunto mecânico com a Allure. Há ainda Active e Style com o propulsor aspirado de 75 cv e 10,7 kgfm.
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Versão GT tem rodas esportivas e faróis de LED
Renato Durães/Autoesporte
E claro que a GT caprichou no visual. Tem emblemas escurecidos, belíssimas rodas de 17″, bancos de couro com costuras em verde, volante revestido de couro com emblema GT, apoio de braço central para o motorista, painel de instrumentos digital com efeito 3D e teto solar panorâmico. A grade vem com elementos pintados na cor da carroceria.
Vem equipado com um sistema ADAS limitado. Não tem o piloto automático adaptativo, mas sim assistente de permanência em faixa e frenagem automática de emergência. Para ajudar o motorista a se manter dentro da velocidade máxima, um leitor de placa emite um aviso no painel. Há também câmera de ré e com visão 360º, mas não conte com sua resolução baixa e com a demora em carregar as imagens periféricas.
Peugeot 208 GT tem o mesmo motor 1.0 turbo de outros carros da Stellantis
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A mecânica passa longe do Peugeot 208 GT vendido na geração anterior com o 1.6 THP turbo flex de 173 cv e 24,5 kgfm de torque. Dessa vez os números são mais modestos e, até mesmo por isso, não custa tão mais caro do que as versões não esportivas como era no outro GT.
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Dessa vez a escolha foi pelo 1.0 turbo de 130 cv e 20,4 kgfm que não só serve à versão Allure como também atende outros carros do grupo Stellantis em uma lista que só cresce, mas vou citar os exemplos de Fiat Fastback e Citroën C3. Ele trabalha junto a uma transmissão automática CVT com sete marchas simuladas.
E essa combinação fez bem ao 208 GT. O carro é pequeno com seus 4,05 metros de comprimento, 1,74 m de largura, 1,45 m de altura e entre-eixos de 2,54 m. Aliado aos 1.157 kg de peso, o carro apresenta uma dinâmica divertida com boas acelerações e retomadas, embora o câmbio às vezes possa demorar a responder com uma redução, característica das caixas CVT.
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Segundo a marca, o 208 GT chega aos 100 km/h em 9 segundos. No Rota 127 Campo de Provas, levamos 9,2 segundos para alcançar a mesma marca. A velocidade máxima é de 206 km/h, números bons para um hatch urbano, mas nem é essa a questão, o antigo Griffe fazia a mesma coisa. Ao volante é que ele se mostra digno do sobrenome com a sigla esportiva.
Volante pequeno é marca registrada do 208
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O volante pequeno não é só um charme. Ele ajuda na boa posição de dirigir, que pode ser bem baixa quando o banco do motorista está no mínimo. O painel digital com efeito 3D fica acima dele, bem no campo de visão do motorista e pode ser configurado. Tudo bem que poderia ter mais informações como pressão do turbo e mudança de cores para vermelho. Os esportivos da Fiat Abarth têm isso, então a Stellantis sabe fazer.
Ao lado do painel está a mesma central multimídia com tela de 10,2 polegadas que acompanha o 208 desde o lançamento desta geração. O celular pode ser espelhado sem fio através do Android Auto e do Apple Carplay e ficar em um compartimento com tampa, onde está o carregador sem fio.
Quadro de instrumentos digital é visto acima do volante
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O motor é ligado com o botão Start/Stop. A chave presencial fica no bolso, pois as portas são destrancadas só de se chegar perto com ela — o contrário também acontece apenas se afastando. Não há ronco especial do escapamento, item que a Peugeot preferiu não mexer. Mas é só colocar em Drive e acelerar.
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Como já disse, a aceleração é rápida, mas pode ficar melhor apertando a tecla Sport, que fica meio escondida à esquerda do motorista. Quando ela está ligada, apenas um LED se acende no próprio botão, sem indicação no painel. Mais uma vez a Abarth poderia ser usada como exemplo, já que colocou essa função no próprio volante em um botão vermelho escrito “Poison”.
Peugeot 208 GT 2025 vai aos 100 km/h em 9 segundos
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Enfim, com ela acionada, a relação das marchas simuladas muda e elas ficam mais curtas. As mudanças podem ser feitas de forma manual, empurrando a alavanca para cima ou para baixo. Faltaram as aletas atrás do volante para facilitar e aumentar a sensação de se estar em um legítimo GT.
Também não há mudanças na suspensão e talvez nem fosse preciso. Ela trabalha de forma adequada sem comprometer o conforto no dia a dia e não deixa a desejar em curvas. O carro ser bem leve e compacto ajuda a contornar bem as curvas de uma rodovia.
Isso se junta à posição de dirigir, ao volante pequeno e está tudo bem essa versão se chamar GT sem ser mais potente. A sigla foi honrada pelo novo Peugeot 208.
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